Noís nas Zoropa

Quem me conhece sempre me ouviu dizer “Eu vou pra Europa. Eu vou morar em Madri”. Como se Madri fosse bem ali, no Pacaembu. Afinal, pra quem se tem a vida toda no próprio bairro o lugar mais distante que poderia chegar seria o bairro vizinho. Pois bem, enfrentei os medos, passei pelo oceano e cheguei em Madri. E sem saber cozinhar, lavar ou passar me vi dona da minha própria casa e com coração dividido. Não deixei no Brasil só o conforto. Deixei parte de mim, deixei minha essência, deixei amor, amigos, família e dores. O que vou encontrar aqui? Talvez outra parte de mim. O que já encontrei? O outro dono da minha casa. Afinal todo mundo tem que ter um bom companheiro de aventuras. O meu é o Marcelo. A pessoa perfeita para compartilhar os momentos mais novos desse momento. Sempre cantando e dançando, o Marcelo é capaz de sempre derrubar coisas no chão depois de limpar a casa, perder hora no primeiro dia de aula, cozinhar mal, não fazer idéia de como ligar o aquecedor ou o forno, quebrar as coisas sem querer , todo dia derrubar uns 3 pregadores do varal no pátio do prédio, brigar com as vizinhas velhas e chatas e comprar besteiras no supermecado assim como eu!!
Nós somos quase como um livro de auto-ajuda sobre como viver sozinho sem ter a menor noção de como fazer isso. Mas a gente vai descobrir como sobreviver, afinal... “tamo nas Zoropa”!!!